Miguel Sousa Tavares plagiou ou não?

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Anda aceso o debate, com ameças de pauladas e tudo. O 24 Horas, coitado, dá o exemplo (mais uma vez, gabe-se-lhe a coerência…) do jornalismo feito com os pés, ainda por cima enfiados dentro de um par de botas de montanhismo. Fala, fala, fala, fala, como diz o anúncio e não vai ver ao livro citado pelo anónimo blogue se as passagens do “Equador”, de facto, correspondem ou não ao que foi escrito por Dominique Lapierre e Larry Collins. Lá para final do artigo, diz o 24 Horas, pela pena de Marisa Carvalho (Quando é que teremos uma Kátia Vanessa a escrever num jornal?) que o blogue acusador mostra exemplos de frases inteiras que são iguais, assim como factos, nomes e locais.

Fiel ao seu estilo de jornalismo, o 24 Horas não publica um único exemplo, de forma a não permitir aos leitores que julguem por si próprios. Pior (ou melhor…): falando de outras acusações de plágio, diz que Eduardo Prado Coelho “assinou no Público um texto igual” a um outro, da autoria de João Ubaldo Ribeiro, . E, pasmem, ó almas simplórias, logo na frase seguinte, desmente a afirmação anterior: “Eu nunca publiquei esse texto’, disse Prado Coelho ao Correio da Manhã”. Força, valentes. Com jornalismo destes, não há leitor que vos resista!

Já agora, fomos espreitar o blogue FREEDOMTOCOPY e verificámos que as quatro passagens transcritas são, de facto, quase iguais.  Um exemplo:

  • «(…) O marajá de Gwalior, esse, era antes um obcecado pela caça: matou o seu primeiro tigre aos 8 anos e nunca mais parou – aos 40 tinha morto mil e quatrocentos tigres, cujas peles revestiam por inteiro todas as divisões do seu palácio. (…)» – Miguel Sousa Tavares, «Equador», pág. 246, 1ª Edição, 2003
  • «(…) Bharatpur bagged his first tiger at eight. By the time he was 35, the skins of the tigers he’d killed, stitched together, provided the reception rooms of his palace with what amounted to wall to wall carpeting. (…) The Maharaja of Gwalior killed over 1400 tigers in his lifetime… (…)». – Dominique Lapierre e Larry Collins, «Freedom at Midnight», pág. 174. 2ª Edição, 2003

Não tem nada a ver com o assunto, mas lembro-me agora das primeiras estrofes da letra de uma musiquinha de Chico Buarque, bem antiga: “Não há pecado/ Do lado de baixo/ Do Equador…

13 Responses to Miguel Sousa Tavares plagiou ou não?

  1. rui_david diz:

    oh diabo… não há por aí muito marajá que consiga despachar 1400 tigres, apesar de Bharaptur ser de louvar pela sua maior rapidez.
    Pelos vistos o Sousa Tavares infringiu pelo menos a regra de aumentar o tal ponto ao conto. O normal teria sido fazer Gwalior (plágio de Bharaptur?) a abater a tigralhada até aos 25 anos (medo do politicamente correcto?).
    Qual a probabilidade de alguém encontrar no vasto acervo constituido pela produção escrita da humanidade uma frase suficientemente parecida com:
    “Não tem nada a ver com o assunto, mas lembro-me agora das primeiras estrofes da letra de uma musiquinha…” e por aí fora?
    Dito de outra forma… não chateia já esta paranóia de se “exporem” “plágios” a martelo, sobretudo quando se passa do domínio do conteúdo central de documentos, e repetição integral de passagens para coisas subjectivas como “bastante parecido” e “ideias”?
    E se o Sousa Tavares achou graça à história de um caçador de “trigues” e resolveu adaptá-la para a sua história? Qual é o problema? Será Enrique Vila-Matas culpado por ter utilizado um personagem “criado” por outro escritor como inspiração para “Bartleby e Companhia”?
    Acho bem que o MST parta o focinho ao freedomtocopy e a humanidade parta para outra.

  2. Pedro diz:

    Os autores deste post criticam o 24horas mas praticam exactamente o mesmo tipo de investigação que lhe apontam. “Fomos espreitar o blogue”. E acham que isso chega? Isso é o que fez a cambada de ressabiados que acorreu a espalhar este boato nojento. Se se dessem ao trabalho de consultar os dois livros, veriam que o autor do blogue inventou completamente um parágrafo que atribui a MST (O Luís Bernardo no comboio), que não tem nada a ver com a versão publicada no Equador, e manipulou outro do Freedom at Midnight (com colagens de trechos) para se parecer com o que foi escrito pelo MST no Equador. É uma mentira e ainda por cima mal contada, mas neste País de medíocres, quem é bom só pode ser bandido…

  3. Portugal é lindo e mais nada... diz:

    Leiam os dois livros – ou pelo menos, as partes mencionadas pelo autor do blogue que levantou a questão – e tirem as vossas ilacções. É óptimo que exista investigação jornalística. Quanto à melhor ou pior qualidade em que é feita, não depende somente dos jornalistas, mas dos meios e do jornal para o qual escrevem.
    Não especulem mais sobre o assunto, encerrem-no. O tal de freedomtocpoy que dê a cara, depois de fazer tal acusação a Miguel Sousa Tavares. Depois, a justiça decidirá.

  4. Deniz diz:

    É-me É-se Tê aos seus botões:
    OK, até admito que copiei. Mas justifica-se tanto banzé por tão leve e passageira desonestidade?
    Caso para destruir, assim cobardemente, a imagem de um homem?
    Maldita blogosfera! Maldita esfera! Maldita fera! Maldita era!
    Verão quem pode mais…

    Na verdade, já estamos a ver: http://www.freedomtocopy.blogspot.com
    A liberdade é uma coisa linda!

    Nota
    Comentário parcialmente ficcionado.
    ______________________________
    Domingo, 29.Out.2006, 21:05
    Deniz Marques da Costa
    Bobadela – Loures

  5. João Carlos Sargaço diz:

    Acho que não se trata de plágio. Se o homem está a descrever personagens históricas, cujas descrições já existem e se ele refere no fim do seu livro uma bibliografia das obras onde foi buscar as descrições, então procedeu correctamente. Ou será que era obrigado a recriar personagens históricas? O marajá que era alto passava a ser baixo, em vez de 500 cavalos passava a ter 300 cães, etc… Isto é tão ridículo que nem dá para imaginar!!

    Quem escreveu estas tretas não sabe o que é criação literária. Saberão por acaso a quantas obras de referência recorreu Shakespeare para fazer o seu Romeu e Julieta, por exemplo? E ele não afixava a bibliografia consultada.

    Veja-se,
    “Romeo and Juliet is one of the early plays of Shakespeare (…)Shakespeare drew most of his plots from European stories that had been translated into English. Romeo and Juliet was probably based on an Italian romance.”
    (http://www.pinkmonkey.com/booknotes/monkeynotes/romeo4.asp#historicalbackground)

    Acho que os gajos que criticam o Sousa Tavares por estas razões estão roídos de inveja, mas isso é típico de muita gente rasca deste nosso querido país, que infelizmente pulula com sucesso. O que está a dar é abandalhar, destruir e nivelar o mais rasteiro possível.

    É preciso denunciar esta situação e outras semelhantes. Esta gente está a dar cabo do país, mas são tão estúpidos que nem se apercebem do que estão a fazer. Ou então apercebem-se e são mesmo muito, muito canalhas.

  6. lcantante diz:

    Já leram a Fócus. Traz mais uns poucos de parágrafos copiados. O homem não tem mesmo vergonha na cara

  7. aneudy diz:

    hola ami me gustaria hablar com pulula mi hotmail es puli2009@hotmail.com me yamo aneudy grasias

  8. aneudy diz:

    si algumo de ustede tiene el telefono de pulula forfa demenno o delen mi hotmail,es puli2009@hotmail.com

  9. maria diz:

    acho o livro muito bonito e interessante o livro Equador

  10. Andre diz:

    independentemente da verdade sobre este caso, imagino o q o sr MST não diria se fosse comentar um caso destes em relação a outra pessoa. É muito mais fácil ser juiz em causa alheia como ele tanto gosta de ser mas naturalmente que todos nós temos telhados de vidro e é pena que haja pessoas que nao se lembrem disso. Agora ele esta a ser alvo de acusaçoes e juizos de valor contra ele, como tanto gosta de fazer aos outros e com a falta de conhecimento e rigor que tb o caracterizam. é bem feito, pode ser que aprenda a ser menos arrogante.

  11. A Maitê Proença – Santa Ignorância
    Cara Senhora,

    Se a sua intenção foi ridicularizar Portugal e o Povo Português, deixe-me avisá-la que somente se ridicularizou a si mesma, revelando a sua ignorância e falta de civismo, passando uma péssima imagem da sua personalidade e até, infelizmente, do seu país.

    Os Portugueses e muitos Brasileiros, devo dizê-lo, estão chocados !!

    Eu confesso que, para mim, a Maitê Proença nunca foi nada mais do que uma cara agradável. Nem sequer boa actriz a considero e muito menos, escritora.

    Acredito no entanto que, tanta droga, tanta vaidade, tanta plástica e colagénio a tenham atrofiado ao longo dos anos e deixado sem tempo para se instruir e cultivar, mas nunca é tarde e uma das qualidades dos Portugueses é também a generosidade, por isso partilho aqui um pequeno resumo da informação que poderia ter pesquisado com extrema facilidade antes de fazer aquela suposta “reportagem”. Informação essa, que até a minha pequena de 11 anos faria com melhor qualidade e preparação…mas claro, nós sabemos utilizar a internet e os computadores, e até, os “mouse”, que em Português corrente, se diz “rato”.

    “Sintra que é uma Vilasinha perto de Lisboa” – Cara Senhora, Sintra é uma Vila lindíssima, riquíssima em património e para sua informação, Património Mundial da UNESCO. Revelador é que no meio de tanta beleza, de tanto património, de tantos monumentos, de tanta cultura, a única coisa que tenha reparado e destacado em Sintra tenha sido seja o três invertido!!!!

    “O três invertido” que menciona está colocado num edifício centenário e que, por norma é colocado assim, ou por questões esotéricas, que nós respeitamos, ou para identificação de famílias pertencentes à Maçonaria. Não vou explicar o que é Maçonaria, pois estou certa que seria informação a mais para essa sua cabecinha loira, mas posso garantir que entre outros adjectivos alguns dos que representam a Maçonaria é a Educação, Inteligência e Cultura .

    “Borrada” do Tejo – O Tejo é um rio e como quase todos os rios e em toda a parte do mundo, até mesmo no Brasil, desagua no mar. Não “tá no mar”, nem “é o mar”!

    Salazar – António de Oliveira Salazar foi um ditador sim, que governou quase 40 anos. Não “mais de 20” e mal ou bem, ditador , em 40 anos deixou obra feita, é portanto legitimo, que em votação livre tenha sido elegido como o Grande Português. Concordemos ou não com essa decisão, a mesma foi tomada democraticamente.

    “Camões já não está mais enterrado aí, porque não gostou, por problemas e então saiu” – Esta nem merece comentários!!!! É quase infantil…. Ou será que confundiu o grande Poeta Camões com a escrita paranormal do Paulo Coelho??? Luis Vaz Camões e Fernando Pessoa são dois grandes Poetas Nacionais que merecem todo o respeito de qualquer cidadão. Seja civilizada!

    A sua imitação da Língua Portuguesa,(sua lingua mãe) foi, como não poderia deixar de ser, fraquissima e lamentável! A Língua Portuguesa é das mais antigas e riquíssimas do mundo. Falada e escrita em muitos Países. O seu Português, no entanto, enrolado e arranhado, que nem bom Brasileiro é, traiu-a várias vezes no tipo de linguagem e construção de frases que utilizou nesta pseudo reportagem.

    Diz-nos agora que nunca quis gozar com Portugal, mas o cinismo foi tanto que assumiu que não poderia contar o episódio do Hotel senão nas “costas” da Equipa Portuguesa….muito revelador do seu carácter….que dizermos então da marca dos brasileiros? Favelas, Criminalidade, Exploração infantil?

    Você é que me saiu uma boa capivara….Nem todos os Portugueses saberão o que é um “mouse” (tradução – rato), admito, mas generosos, voluntariosos, hospitaleiros, cheios de vontade de ajudar, foram!!! Mas….”o Português é assim esquisito”, não é?

    Agora a “gota de água” (neste caso, cuspo) foi mesmo a sua falta de civismo e de educação quando cuspiu na fonte de um monumento nacional, na água de um mosteiro. Que vergonha!!!

    Aqui não há beleza que a desculpe. A falta de civismo é altamente lamentável e condenável. A educação é algo que revela a nobreza de personalidade e de carácter, e no seu caso, é medonha!

    As restantes colegas, participantes do Programa Saia Justa”, no canal GNT acabam a rir. Não se percebe muito bem de quem ou de quê. Terão rido da sua ignorância, da sua descompostura??? Não sei, mas de qualquer modo, nada neste vídeo nos parece correcto.

    A burrice até desculpo, a má educação e falta de civismo nem tanto, mas que estamos perante um grave incidente diplomático, estamos! Não volte a Portugal Maitê! Nem precisa de vender o seu livro aqui na “terrinha”. Nem volte a dizer que ama Portugal e que somos irmãos, porque tudo o que vier de si só ofenderá este grande País e a si, só ridicularizará ainda mais.

    As últimas noticias a que tenho acesso neste momento sobre este triste episódio são as de que a Maitê Proença recusou até ao momento apresentar um pedido de desculpas pelo incidente e declarou no seu twitter que «a verdadeira sabedoria está em saber rir de si».«Que chato o pessoal que não sabe lidar bem com o humor», desabafa.

    Minha Senhora, o que fez naquele video de saia justa não foi Humor! Foi sátira! Sátira a uma Nação, a um Povo, ao Português, aos Monumentos Nacionais, aos Poetas Portugueses. O que fez foi humilhar-se e expor a sua estupidez.

    Já que gosta de frases feitas, digo-lhe com toda a sinceridade que a arrogância e a falta de humildade são sempre companheiras da ignorãncia e da mesquinhez. E já que fala em humor, vou contar-lhe um segredo: Sei que há muitas anedotas sobre Portugueses no Brasil, mas posso garantir que a Maitê Proença já virou anedota em Portugal.

    Podia mostrar aqui o video que despoletou esta minha revolta e a razão de ser deste post tão amargo, mas isso seria contribuir para a divulgação da palermice, por isso vou optar por Vos aconselhar a assinar as petições que estão a decorrer, ou a assinar a carta que se prepara para o Senhor Embaixador do Brasil em Portugal, ou tão simplesmente, ignorar esta pseudo qualquer coisa de nome Maitê Proença.

  12. oscismike diz:

    Wow loved reading your blogpost. I added your feed to my google reader.

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