De regresso….

03/20/2008

Caros amigos, adversários e inimigos:

Parafraseando Mark Twain, as notícias sobre a morte deste blogue foram exageradas. Regresso, ainda na ressaca dos 100 mil pataratas que andaram a passear por Lisboa. Uns, a manifestarem-se contra a possibilidade de as suas gamelas deixarem de ser aumentadas automaticamente e passarem a ser avaliados. Outros, parafraseando Fernando Pessoa (cujo poema “No comboio descendente” José Afonso musicou) por verem ir os outros e outros, ainda, sem ser por nada – a não ser, claro, as instruções do partido.

Apenas uma escassa centena de pessoas andou a fazer barulho ali pelos lados da Embaixada da China, devido ao facto de os soldados chineses terem dado um pouco mais nas vistas, no genocídio que a China está a levar a efeito, no Tibete, desde 1950. Um dia, o mundo talvez saiba, espantado, o que por ali vai acontecendo – tal como se viu quando os Khmers Vermelhos de Pol Pot exterminaram quase 30 % do seu próprio povo.

Por cá, José Sócrates ainda não conseguiu mudar o essencial. Portugal continua a ser o País onde os lucros dos bancos mais crescem, onde só os licenciados em Farmácia podem ser proprietários de farmácias, onde o leque salarial entre os que ganham mais e ganham menos é o mais amplo de toda a Europa, onde 70 % dos estudantes querem ser “dotores” e só 30 % pretende aprender uma profissão “técnica” (na Europa, é ao contrário..)

Os políticos e a élite nacional (onde a consaguinidade resultante dos casamentos em circuito fechado já começa a produzir efeitos) continuam a sugar o povo até à medula, a alternar lugares no Parlamento com salários chorudos em empresas públicas e/ou privadas, a garantir que há sempre um da sua “espécie” nos lugares onde é necessário que ele esteja, para que algo mude mas tudo fique na mesma.

As cedências de Sócrates aos “esquerdalhos” do partido pariram uma reforma penal que ou liberta ou deixa em liberdade assassinos e restante bandidagem. Com a crise económica que aí vem, a já depauperada classe média vai começar a passar fome. E para piorar as coisas, figurinhas patéticas como Paulo Portas e Luís Filipe Menezes são as alternativas possíveis a este Primeiro-Ministro.

Cheira-me que este Verão vai ser quente. Quase tão quente como o foi aquele de saudosa memória, em 1975, quando a escumalha comunista levou pela frente com um povo determinado a continuar livre. E a este Verão seguir-se-á, aposto, o Inverno do nosso descontentamento…

Máquina Zero

PS – A promiscuidade entre os grandes grupos empresariais (bancos, seguradoras, e empresas de telecomunicações e construção civil) e os cinco grupos que controlam a Comunicação Social em Portugal já liquidou a Liberdade de Imprensa em Portugal. Por enquanto, ainda nos resta a Internet…


Autarcas, essa praga que grassa pelo País…

12/12/2007

Finalmente, Isaltino de Morais, o tio que encheu as contas de um sobrinho modesto, imigrante na Suíça, com mais de 50 mil contos, vai a julgamento. É um, numa caterva de milhares, que pulula pelos campos deste país, autênticas ondas de gafanhotos, praga que se abate sobre as finanças locais, sempre de mão dada com o construtor civil e o presidente do clube de futebol.

Como é preciso que algo mude para que tudo fique como dantes, lá vai o Isaltininho choramingar em tribunal que tudo quanto tem foi honestamente suado e os 50 mil contos eram uns trocados que guardou nas contas do sobrinho motorista de táxi para quando fosse ao país dos chocolates fazer as comprinhas de Natal.

A virtude mais saliente dos autarcas é a capacidade para arruinarem qualquer Câmara Municipal, como se viu recentemente em Lisboa. Toda a vereação que se amesenda por este pobre País fora, enchendo o bandulho e os bolsos, seria eficazmente substituída por um engenheiro, um economista e um arquitecto, com meia-dúzia de funcionários. Do ponto de vista orçamental, era saltarem do lugar, sempre que deixassem dívidas para trás, ficando impedidos de voltar a exercer essas funções. Enquanto não acabarem com as autarquias, haverá sempre um Isaltino à espera.


Notícias xenófobas, estranhas, curiosas e repelentes

04/13/2007

Câmara de Loures comprou o Pavilhão de Macau da Expo/98

Pagar cem mil euros (cerca de 20 mil contos) por uma réplica em esferovite das ruínas de S.Paulo e pouco mais, é nitidamente exagerado. Saía mais barato mandar fazer um pavilhão novo.

Resistência iraquiana usa crianças deficientes para atentados bombistas

Espero que os comunistas convidem novamente o Presidente da Aliança Patriótica Iraquiana, Al Kubaishi, para vir a Lisboa proferir uma palestra sobre esta original forma de apoio a crianças deficientes.

Metro do Porto aumenta passivo em 800 mil euros por dia

Os prejuízos da empresa aumentaram 71 por cento, em 2006. O passivo, esse cresceu à razão de 160 mil contos DIÁRIOS! É preciso ser muito bom,, para conseguir perder tanto dinheiro em tão pouco tempo!

Vereador do PSD apoia “defesa intransigente” do multi-culturalismo

Chama-se António  Proa. E até tem um blogue. Vou lá perguntar-lhe o que é que ele entende por “defesa intransigente” do multi-culturalismo. Será que é colocar na prisão quem discorde das delícias dos melting pots da Cova da Moura, Quinta da Fonte, Bairro 6 de Maio e outros guetos?


Quinta da Fonte, o nosso primeiro ‘banlieu’ (II)

03/31/2007

Ou como tentar esvaziar o mar com um dedal

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O Bairro da Quinta da Fonte é constituído por 786 fogos de habitação, onde foram realojadas 480 famílias em 1996, mais 350 do que as inicialmente previstas. Em 2001, o Bairro da Quinta da Fonte tinha 2.767 habitantes, dos quais cerca de 40 por cento seriam de origem africana (Cabo-Verde, Angola, Guiné, Moçambique), 40 por cento de etnia cigana e os restantes portugueses de origem – também referenciados como “lusos”, nalgumas publicações. Desemprego elevado, taxa de analfabetismo em crescimento, famílias de grande dimensão (45 por cento terão entre 1 a 4 pessoas, 55 por cento têm entre 5 a 10 elementos), altas taxas de insucesso, absentismo e abandono escolar (situação “particularmente preocupante na população de etnia cigana”), são algumas das características apontadas num relatório da Câmara Municipal de Loures. Acresce a isso, de acordo com o mesmo documento, um crescimento natural da população “particularmente significativo (até pelas próprias taxas de natalidade características das comunidades que compõem o bairro).”

Além disso, “a incidência de fenómenos subterrâneos que geralmente iludem as estatísticas, como o acolhimento de parentes e conterrâneos ou o aluguer/venda clandestina de alojamentos, tendem a reforçar o crescimento demográfico do bairro.” A Quinta da Fonte é (já era, em 2003…) um espaço degradado, com “os espaços e equipamentos comuns dos prédios” a apresentarem “um avançado estado de deterioração (…)”. Aliás, a “deterioração dos espaços públicos do Bº Quinta da Fonte é talvez a característica que em primeiro lugar salta à vista (…) O frequente abandono de lixos e monos na via pública contribui para a degradação e insalubridade dos espaços e equipamentos colectivos do bairro (…)” salienta o relatório dos Serviços Sociais da Câmara Municipal de Loures.

Posto isto, algumas questões muito simples:

Para resolver esta chaga social são necessários grandes investimentos, em matéria de reinserção social. É possível fazê-lo sem antes limitar o seu crescimento? Ou seja, de que vale ter programas de reinserção que possibilitam a dez famílias sair deste círculo vicioso de pobreza e exclusão, se entretanto já estão mais dez famílias na mesma situação? Isto é tentar esvaziar o mar com um dedal! E vamos cometer aqui um crime de lesa-majestade, para a Esquerda, afirmando que um pedreiro guineense consegue sustentar toda a família se esta estiver na Guiné-Bissau, mas não a consegue vestir, calçar e alimentar se a trouxer para Portugal.

Que sentido faz continuar a respeitar “tradições culturais” que conduzem, entre outras coisas, à ausência de habilitações académicas e/ou profissionais, produzindo miséria para as novas gerações, como acontece na comunidade cigana? Não será tempo de encarar formas mais coercivas de impor o usufruto de direitos fundamentais, como a escolaridade mínima obrigatória e uma educação que não seja coartada, aos 13 ou 14 anos, com um casamento e um rancho de filhos, antes dos vinte anos? Não será tempo de fazer perceber a estas pessoas, de forma mais incisiva, que ter oito ou dez filhos implica a responsabilidade de usufruir de proventos suficientes para os sustentar, com um mínimo de dignidade e condições?