Filmes portugueses: pouco sucesso, muita miséria

03/06/2007

“Brumas”, com 24 espectadores, foi o filme menos visto

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O “Filme da Treta” foi o campeão da bilheteira dos filmes nacionais, na época de 2005/2006, com 278 mil espectadores. Mas este número é uma excepção. Algumas das restantes produções nacionais ficaram atrás de um autocarro da Carris, em matéria de lotação. Outras, atraíram menos espectadores que um comboio suburbano, na linha de Sintra. Filmes como “Juventude em Marcha”, que provocou autênticos orgasmos nalguns dos nossos estranhos críticos de cinema, não foi além dos 1.943 espectadores. “Brumas”, um documentário fiel ao esgoto, principal tema dos cineastas nacionais, conseguiu 24 espectadores. Se fossem disputar uma peladinha, no final da sessão, dava para duas equipas e dois fiscais de linha. Tinham que pedir a algum mirone para fazer de árbitro.


Ensino gratuito no colégio S.João de Brito

02/03/2007

Escola privada faz caridade com dinheiro do Estado

Ainda estou a meio do noticiário da SIC mas não resisto a uma observação, perante a fantástica falta de inteligência revelada numa notícia sobre o ensino “gratuito” ministrado pelo Colégio S.João de Brito. Diz o jornalista que os apoios da Estado têm vindo a diminuir. Bom. Então o ensino não é gratuito! É subsidiado pelo Estado. Para os alunos, é gratuito. Mas as aulas não são gratuitas, como a notícia pretendia sugerir. Ou seja, o Colégio S.João de Brito, para filhos de gente rica que paga balúrdios por um ensino de qualidade, finge-se benemérito, fazendo caridade com o dinheiro dos outros. Mais concretamente, com o dinheiro de todos nós, vulgo impostos. Estou à beira das lágrimas.


Casta superior recusa ser controlada

01/06/2007

Bastonário apoia médicos contra controle de entradas

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Os vinte e três directores de serviço e departamento do Hospital de Pedro Hispano que tanto receiam o sistema de controlo de assiduidade através de impressões digitais fazem-me lembrar aquela muçulmana que entrou no autocarro, em Inglaterra, com um saco de batatas enfiado pela cabeça abaixo e mostrou o passe social ao motorista, recusando-se a destapar a cara para ser identificada. Dizem os senhores chefes, todos médicos, ao que julgo saber (e seres superiores, com mais direitos que todos os outros trabalhadores) que esta forma de controle será “desadequada”. Pois é. Esta forma de controle não permite que nenhum médico assine o ponto em lugar do colega que se baldou, que se atrasou, que ainda está no cafezinho e que está a acabar a consulta na clínica privada onde amealha uns bons cobres. Porque o problema não está em picar o ponto à saída, mas sim à entrada! É tanta a falta de vergonha desta cambada de estetoscópio ao peito e rei na barriga, que o próprio bastonário da Ordem dos Médicos, dr. Pedro Nunes, afirma, ao jornal Expresso de hoje, que “o controle de assiduidade só vai revelar que os médicos trabalham mais do que lhes pagam”. E então? Têm vergonha que isto se saiba? Mas o senhor bastonário acha que todos nós, portugueses, somos estúpidos? Ó senhor doutor, invente outra! Quem não deve, não teme.

E já agora, como explica (de acordo com declarações do Ministro da Saúde ao mesmo Expresso) que a Inspecção-Geral de Saúde NUNCA tenha recebido uma participação por falta injustificada de um médico? Nunca, na história recente deste País, um médico deu uma falta injustificada! Ó raça perfeita, que vós sois! Ó super-homens “nietzschianos”! Ó espécie de arianos da classe trabalhadora! Ó infatigáveis cuidadores da nossa saúde! Ó excepcionais profissionais, santificados sejais! Que se erga, ao lado do Santuário de Fátima, um templo ao vosso sacrifício! Hossana, hossana e aleluia! Milagre, sem dúvida! E paro por aqui, que as lágrimas de comoção me turvam a vista!


Chulos

12/17/2006

Salário milionário durante dois anos

Jorge Vasconcelos ‘bateu com a porta’. Mas o presidente da Entidade Reguladora do Serviços Energéticos (ERSE) não vai de ‘mãos a abanar’: vai receber 12 mil euros por mês até encontrar um novo emprego.

Nota: Afinal o presidente da ERSE não pode disfrutar desta prebenda. Apenas os outros mebros da direcção da ERSE. Mantém-se a justificação para o tírulo deste post. (18 Dez 2006 – 19:57)