“Rule, Britannia! Britannia, rule the waves..”

10/04/2007

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Com ar tristonho e semblante carregado, o magistrado que chefia a Polícia Judiciária balbucia, parece que a medo, uma frase diante do microfone do jornalista: “Razões óbvias…”. E é com esta frontalidade e clareza que o director da PJ explica porque colocou um par de patins ao homem que tem dirigido, no terreno, a investigação sobre o desaparecimento de uma menina loira de olhos azuis.

Os jornais ingleses explodiram de alegria, deitaram foguetes e até um patarata que trabalhava no gabinete do Primeiro-Ministro inglês e agora faz de porta-voz do casal McCann vem dizer que os principais suspeitos do desaparecimento da menina de olhos azuis querem que o novo responsável pela investigação altere a orientação do inquérito crime e que a PJ deixe de os considerar suspeitos.

Por quem sois! Com certeza! Vas. Exas. mandam! Já agora, porque não deixar que sejam os próprios suspeitos a escolher quem vai substituir o Inspector-Chefe Gonçalo Amaral?


Assassino de polícias à beira da libertação?

01/21/2007

Advogado de Marcus Fernandes invoca loucura do cliente

O Supremo Tribunal de Justiça anulou o acórdão do Tribunal da Relação que negava provimento ao recurso de Marcus Fernandes, o brasileiro que matou a tiro dois polícias portugueses, em 2005. Ou muito me engano ou vem aí uma redução dos 25 anos de prisão que foi aplicada a este animal. Em nome desse princípio de Esquerda que é a regeneração. Quanto à família dos polícias mortos, se lixe. Certo? Agora colocar o coitadinho na prisão, só porque matou dois polícias! Que injustiça! Além disso, como se escreve no Público (abençoado jornal…), citando o advogado de Marcus Fernandes, prender o senhor é contribuir para que os seus “níveis de agressividade (…) não só se mantenham como aumentem significativamente”. Claro! Deixem-no fora da cadeia, para ele poder ir matando polícias. Quando é que nos livraremos de todo o esterco com que a Esquerda inquinou a Justiça, em Portugal?


Zita Seabra, a estalinista arrependida

01/15/2007

Do PCP a Wall Street em 10 lições

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Como se passa de dirigente do mais estalinista Partido Comunista para uma liberal que elogia desmesuradamente o capitalismo selvagem, ao ponto de propor a extinção do Ministério da Economia e deixar as empresas trabalhar? Como se chega aos trinta anos, já numa democracia, e não se percebem os horrores do estalinismo? Leiam a entrevista de Zita Seabra ao último Expresso, onde se compreende como a ambição ultrapassa a coerência política ou as crenças ideológicas. E fiquem na dúvida se ela está a gozar conosco ou se está a ser sincera. Ressalvo uma nota de humor: para Zita Seabra, o Bloco de Esquerda é um partido de “Peter Pans”! E o Francisco Louçã – digo eu… – deve fazer o papel da fada Sininho…


Capuchinho Vermelho agredido pela GNR

01/09/2007

História de fadas em Armação de Pêra

Capítulo I

O Acácio, irmão e amigos espancados pela GNR sem qualquer razão

O Acácio foi a uma discoteca, com amigos, em Armação de Pêra. Ia a sair e olhou para trás. Viu o amigo a ser agarrado pelo colarinho por dois GNR, que lhe chamaram “imigrante e disseram que não podia urinar na rua”. O Acácio não gostou da intervenção dos GNR’s, porque “sentiu que havia uma clara motivação racista”. O Acácio, educadamente, disse aos GNR’s que ia apresentar queixa contra eles. Os GNR’s desataram a bater-lhe, sem ele fazer nada. O Acácio foi ao posto da GNR, “na companhia de alguns amigos, exigindo ser atendidos para apresentar queixa”. O Acácio e o irmão conseguiram entrar no posto da GNR, onde foram agredidos e algemados. Os três guardas da GNR que estavam no posto chamaram reforços e chegaram mais cinco guardas. O Acácio foi transportado ao Hospital de Portimão, com o irmão, para receber assistência. O Acácio adormeceu na sala de espera e voltou a ser agredido pelos três GNR’s que o acompanhavam, sem ter feito nada. Presume-se que tenha sido agredido porque adormeceu.

(Fim do primeiro capítulo desta história de fadas, com o qual o Correio da Manhã abre uma notícia intitulada “Irmãos acusam GNR”. Esta primeira parte da história de fadas tem 1.736 caracteres e 29 linhas de texto. Em nenhum momento se levanta qualquer dúvida, ou se coloca qualquer questão relacionada com a óbvia e nítida vertente ficcional do relato do jovem africano, o Acácio).

Capítulo II

O Acácio, o irmão e os amigos tentaram invadir um posto da GNR

Militares da GNR levantaram um auto de contra-ordenação no Beach Bar, em Armação de Pêra, por estar a funcionar fora de horas e sem licença. Um militar chamou a atenção de um indivíduo que estava a urinar em cima de um carro. Vários indivíduos, saídos da discoteca injuriaram os militares. Mais tarde, cerca de uma dezena de indivíduos tentaram forçar a entrada no posto da GNR, onde estavam três guardas. Alguns dos indivíduos pontapearam os militares, arremessarem vasos e pedras para o interior do posto, ferindo-os ligeiramente. Reforços vindos de Lagoa permitiram rechaçar a tentativa de invasão do posto. Dois indivíduos (o “Capuchinho Acácio Vermelho Lourenço” e o irmão, o “Dário Carochinha Lourenço”…) foram detidos e vão responder judicialmente.

(Fim do capítulo II deste conto de fadas, com o qual o Correio da Manhã ocupa a segunda parte da notícia, mas em tamanho mais reduzido: 1.239 caracteres e 21 linhas).

Isto é apenas incompetência? Mau jornalismo? Com duas versões do que ocorreu, o jornal destaca para título a versão dos agressores, menosprezando a versão das autoridades, ao colocá-la em segundo lugar, dando-lhes menos espaço e ao destacar a queixa dos irmãos para título. Porquê? Porque os GNR’s são brancos e o Acácio e o irmão são negros? Porque fica sempre bem apresentar os agentes da autoridade como facínoras loucos que desatam à cacetada aos pobrezinhos dos cidadãos, mal estes abrem a boca? Porque os GNR são sempre racistas? Porque é regra não escrita nas redacções que a Polícia é sempre brutal e violenta e que os supostos criminosos são sempre inocentes? Porque o Correio da Manhã não acredita na versão de OITO AGENTES DA GNR mas engole as patranhas DE DOIS JOVENS? E porque é que o Correio da Manhã coloca uma fotografia do jovem “Capuchinho Acácio Vermelho Lourenço”? Não tirou fotos dos GNR’s agredidos? Não conseguiu? Os GNR’s agredidos não quiseram ser fotografados? Faz sentido, para alguém, o relato dos jovens?