Hora H: mau demais para ser verdade

02/26/2007

Herman José desilude completamente

No Público de Sábado, Eduardo Cintra Torres chacinou Herman José. Com toda a razão. O seu programa Hora H é um desastre televisivo. As personagens são recicladas, pouco convicentes, sem piada, à excepção da “monga”, onde se vê que Maria Rueff tem tanto talento que nem Herman José o consegue destruir. De uma ponta à outra, a obsessão de Herman com a homossexualidade masculina enjoa até ao vómito. O programa é embaraçoso, confrangedor, sem graça, sem humor e sem chama. Herman José está na fase anal da sua carreira. É só esterco.


“Ferrado” pelo sistema prisional

02/20/2007

O jornalista-poeta simpatizante da escumalha

Já lá vai bastante tempo. Alguns meses, julgo eu. Um jovem jornalista da SIC, que ainda há-de acabar em poeta, tal o floreado e o maneirismo gongórico que introduz nas suas peças, aborda com frequência temas relacionados com a criminalidade. Numa reportagem sobre um criminoso, já nem me lembro bem a propósito de quê, o jovem Pedro Coelho sai-se com esta frase: “Paulo tinha dezoito anos quando o sistema prisional lhe ferrou o dente pela primeira vez”. Não cito de memória, porque rabisquei esta demonstração de acefalia num papel que agora encontrei, ao mandar um casaco para a lavandaria.

E recordo bem a reacção de um homem de ar simples, botas manchadas de cimento e macacão de ganga, bebericando uma mini na mesa ao lado da minha: “Ferrou-lhe o dente? Olha cum catano! E então o que é o gajo estava a fazer? Estava a dar milho aos pássaros, não”? Ficou-me na recordação a frase. Quanto ao poeta-jornalista, faltou-lhe explicar, na dita reportagem, porque razão o jovem de ascendência caboverdeana foi parar à cadeia. Mas é preciso a gente ter bem presente que isso é secundário. Importante, é construir frases poéticas como aquela e dar uma imagem de desgraçadinho a qualquer facínora que ande por aí a assaltar e agredir pessoas. Não se esqueçam, amiguinhos de que a culpa é sempre da sociedade…


A estranha decisão de Joaquim Oliveira

02/19/2007

Directores afastados ainda sem substitutos

Tenho andado a tentar lembrar-me das notícias publicadas no DN e no 24 Horas, nos dias anteriores às demissões dos respectivos directores. Isto porque me custa a acreditar que um empresário da dimensão de Joaquim Oliveira tenha acordado, um belo dia, e chegado à conclusão que ambos os jornais estavam a perder leitores, nesse mesmo dia. E que o mesmo empresário tenha decidido, depois do almoço, demitir o António José Teixeira e o Pedro Tadeu, sem ter quem os substituísse. Os dois jornais têm vindo a perder leitores há mais de um ano. No dia em que Joaquim Oliveira tomou a decisão, não houve novos dados da Marktest, nem novos estudos de audiência sobre a queda dos dois periódicos.

Ou Joaquim Oliveira é um homem de humores a quem lhe dão os azeites e vai tudo raso de bolaria, quando acorda mal-disposto, ou aqui há gato. Mas no esforço de memória que refiro, nas primeiras linhas deste post, só me vem à cabeça uma manchete do 24 Horas, onde se falava numa empresa que funciona nas instalações da SIC e que faz cópias de filmes pornográficos para DVD – manchete, aliás, onde o rosto de Francisco Balsemão enchia a capa do jornal. Quanto ao DN, não me lembro de nada em especial. Mas isto de demitir directores de jornais sem ter quem os substitua, é estranho. Muito estranho.


Como funciona a blogosfera

01/08/2007

Uma estrutura alérgica à falsificação

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Um artigo interessante no Belmont Club, onde se analisam os fluxos de informação no interior da blogosfera e o seu relacionamento com os “mainstream media”, com base num caso concreto: a guerra entre Israel e o Hezbollah. Conclusão mais importante? “The blogosphere does not contain any preordained political or cultural bias. Structurally, however, it is extremely hostile to cant and disinformation. The political side which tells the most lies and falsehoods is likely to suffer more at its hands than one which hews more closely to the observable truth.”