Homenagem ao Renato Gonçalves

02/27/2006
Vi um post (termo que prefiro à “posta”, que me soa a bacalhau) no Abrupto que me emocionou. É uma foto de dois trabalhadores a calcetar uma rua. O autor, um tal Renato Gonçalves, choraminga, no texto que o bacoco do Pacheco publica, qualquer coisa como isto: olhem, olhem, coitadinhos, dois imigrantes de Leste, um deles sem impermeável, “a trabalhar debaixo de chuva”, quando todos se divertem no Carnaval. É “um pequeno tributo” do tal Renato aos “imigrantes que ajudam a desenvolver o meu país” (Snif, snif) “com trabalho muito duro” (Buááááááá!) “e em condições muito difícieis”. O tal Renato deve ter uma fixação pelos ucranianos. Se fossem portugueses a vergar a mola, pouco lhe dava para homenagens ou sentimentalismos destes. E se tem tanta peninha dos rapazes, porque é que não os convidou a ir secar a roupa lá para casa, quando eles largaram o trabalho? Ai é o Estado que tem a obrigação de…?!?! Desculpe ?!?! Não é o Estado, é o Governo? Sim. Pois. Claro. Você apenas denuncia o que está mal. Certo.

Dedicado aos jornalistas

02/27/2006
Leiam a notícia de capa do “24 Horas” de hoje, dia 27 de Fevereiro. Uma jovem que se tentou suicidar porque foi a um casting para participar numa telenovela e não conseguiu lugar. Fotos da jovem, num penhasco, à beira-mar. Vão ao Correio da Manhã e vêm fotos idênticas, com uma história completamente diferente: a jovem queria aparecer na Televisão, porque a avó fazia 85 anos nesse dia e ela decidiu dar-lhe uma prenda original.

Este é o nível e qualidade do jornalismo que se pratica em Portugal: dois jornais “populares” (ou seja, dirigidos aos leitores mais imbecis, toscos e fáceis de contentar) noticiam o mesmo caso com versões diferentes. Vai uma adivinha? Qual das notícias é verdadeira? É para isto que andam a frequentar universidades? Mais valia treinarem para canalizadores ou pedreiros. Poupavam-se alguns milhares de Palop’s e ucranianos.


Um pouco de futebol

02/27/2006
Em Portugal, os 18 clubes da 1ª divisão (eu sei, eu sei, agora chama-se liga…) representam um total de 528 mil lugares, em outros tantos estádios de futebol. Em Espanha, os 20 clubes da divisão principal têm 779 mil lugares. Curvo-me perante a lucidez do ContraFactos & Argumentos, que foi buscar estes dados aqui. Para concluir: neste País, há 1 assento de estádio de futebol para cada 19 portugueses; aqui ao lado, há 1 assento para cada 51 espanhóis. Mais dia menos dia, andamos a comer relva.

Mais um pouco de Justiça

02/27/2006
Não é por nada, mas eles merecem. Os juízes portugueses são os mais bem pagos de toda a Europa! Socorro-me, mais uma vez do blogue Câmara Corporativa. Et voilá! Enquanto nós andamos aqui a penar e a esfolar, com os nossos salários na cauda da Europa, a descontar para uma cáfila de chulos que se aboleta na política e se amesenda no Estado, pagando impostos para que qualquer família de 26 membros de uma minoria étnica tenha direito a 14 assoalhadas distribuídas por três andares, onde estão os nossos juízes? No topo da Europa. Cristo, não se pode trocá-los? Mandá-los para esses países e trazer os que lá estão?