Falta de inteligência

05/30/2008

O Governo de Pequim deu ordem às empresas chinesas para que não vendam pacotes turísticos para França,como retaliação para o facto de meia-duzia de imbecis terem desrespeitado uma regra fundamental da Democracia – manifestarem-se pacificamente e sem violência. É um jogo perigoso e esperava-se um pouco mais de inteligência da parte dos tiranetes que reinam em Zhongnanhai, a Casa Branca lá do sítio.

Se franceses acordarem mal-dispostos e decidirem olhar para as etiquetas dos produtos que lhe enchem as prateleiras dos supermercados, recusando adquirir tudo o que seja “Made in China”, o presidente Hu Jintao fica com 10 ou 15 milhões de desempregados para sustentar, de um dia para o outro.

Mas o nacionalismo chinês, como é próprio das ditaduras, é xenófobo, extremista, racista e politicamente estimulado pelo Governo. Vamos a ver se todos os turistas franceses que decidirem ir a Pequim assistir aos Jogos Olímpicos conseguem sair de lá vivos.


General Rocha Vieira “receia fim da Liberdade”

04/07/2008

“É tempo ‘para voltarmos aos valores essenciais, para defendermos a memória dos que construíram Portugal independente, para honrarmos a responsabilidade de deixar aos sucessores mais do que aquilo que herdámos dos que nos antecederam’, afirmou o general Rocha Vieira, de acordo com o Correio da Manhã, no discurso que assinalou o Dia do Combatente.

 

Ora aqui está uma afirmação com a qual eu poderia concordar. Mas a memória dos homens é curta. Já ninguém se lembra que o general que agora brama, preocupado, com a independência nacional, quando andou lá pelo “bordel da Pátria”, como lhe chamou uma jornalista do Público, não parece ter tido grande preocupação em cumprir deveres fundamentais para com o seu comandante – o então Presidente Jorge Sampaio.


De regresso….

03/20/2008

Caros amigos, adversários e inimigos:

Parafraseando Mark Twain, as notícias sobre a morte deste blogue foram exageradas. Regresso, ainda na ressaca dos 100 mil pataratas que andaram a passear por Lisboa. Uns, a manifestarem-se contra a possibilidade de as suas gamelas deixarem de ser aumentadas automaticamente e passarem a ser avaliados. Outros, parafraseando Fernando Pessoa (cujo poema “No comboio descendente” José Afonso musicou) por verem ir os outros e outros, ainda, sem ser por nada – a não ser, claro, as instruções do partido.

Apenas uma escassa centena de pessoas andou a fazer barulho ali pelos lados da Embaixada da China, devido ao facto de os soldados chineses terem dado um pouco mais nas vistas, no genocídio que a China está a levar a efeito, no Tibete, desde 1950. Um dia, o mundo talvez saiba, espantado, o que por ali vai acontecendo – tal como se viu quando os Khmers Vermelhos de Pol Pot exterminaram quase 30 % do seu próprio povo.

Por cá, José Sócrates ainda não conseguiu mudar o essencial. Portugal continua a ser o País onde os lucros dos bancos mais crescem, onde só os licenciados em Farmácia podem ser proprietários de farmácias, onde o leque salarial entre os que ganham mais e ganham menos é o mais amplo de toda a Europa, onde 70 % dos estudantes querem ser “dotores” e só 30 % pretende aprender uma profissão “técnica” (na Europa, é ao contrário..)

Os políticos e a élite nacional (onde a consaguinidade resultante dos casamentos em circuito fechado já começa a produzir efeitos) continuam a sugar o povo até à medula, a alternar lugares no Parlamento com salários chorudos em empresas públicas e/ou privadas, a garantir que há sempre um da sua “espécie” nos lugares onde é necessário que ele esteja, para que algo mude mas tudo fique na mesma.

As cedências de Sócrates aos “esquerdalhos” do partido pariram uma reforma penal que ou liberta ou deixa em liberdade assassinos e restante bandidagem. Com a crise económica que aí vem, a já depauperada classe média vai começar a passar fome. E para piorar as coisas, figurinhas patéticas como Paulo Portas e Luís Filipe Menezes são as alternativas possíveis a este Primeiro-Ministro.

Cheira-me que este Verão vai ser quente. Quase tão quente como o foi aquele de saudosa memória, em 1975, quando a escumalha comunista levou pela frente com um povo determinado a continuar livre. E a este Verão seguir-se-á, aposto, o Inverno do nosso descontentamento…

Máquina Zero

PS – A promiscuidade entre os grandes grupos empresariais (bancos, seguradoras, e empresas de telecomunicações e construção civil) e os cinco grupos que controlam a Comunicação Social em Portugal já liquidou a Liberdade de Imprensa em Portugal. Por enquanto, ainda nos resta a Internet…


O grande desastre chinês

03/15/2007

À beira da explosão

“O rendimento anual per capita de 60 por cento dos 1 300 milhões de chineses, residentes nas regiões atrasados do interior, era, conforme os dados oficiais de 2005, data da adopção do plano harmonioso, inferior a 300 dólares face a uma média nacional próxima dos 2000 dólares. (…) As expropriações de terras que afectaram cerca de 50 milhões de camponeses têm vindo a provocar crescentes motins e revoltas (87 mil incidentes no ano passado)”

“Das 20 cidades mais poluídas do mundo, 16 são chinesas. As águas de 70 por cento dos rios do país estão poluídas, 300 milhões de pessoas não têm acesso a água potável e apenas 25 por cento das águas residuais domésticas são tratadas. As reservas de água serão insuficientes para prover às necessidades em 2030 quando a população total atingir 1,6 mil milhões de pessoas.”

“As chuvas ácidas atingem um terço do país. A desflorestação e erosão dos solos afectam 37 por cento do território. A superfície de terras aráveis é cada vez menor e aproxima-se perigosamente dos 120 milhões de hectares, absolutamente insuficientes para prover às necessidades agrícolas.Os danos ambientais, segundo estudos diversos, podem corresponder a valores entre 7 a 20 por cento do PIB.” – João Carlos Barradas, in Jornal de Negócios Online.